18 Mai A Água de Aldeias
A Liga Humanitária Social e Cultural de Aldeias é uma das entidades que respondeu positivamente ao desafio do projecto “Uma Aventura no Mundo da Cidadania” e tem promovido a reflexão sobre a cidadania e a participação da população mais idosa. Assim, um grupo de cidadãos e cidadãs desta instituição começou por conversar e debater os aspectos positivos e negativos da sua freguesia, chegando à eleição do tema “Água”. Consideram a água das Aldeias uma das maiores riquezas da sua terra, mas também fonte de preocupação, nomeadamente pela vegetação que se acumula à volta das ribeiras. Os idosos gostariam de voltar a conseguir ver as margens das ribeiras limpas e de ouvir “cantar” novamente as suas águas. No entanto, com o abandono do cultivo das terras, este desejo parece cada vez mais difícil de vir a atingir.
No seguimento de reuniões com várias entidades, nomeadamente com o Eng. Florestal do Município, que esclareceu relativamente à necessidade de autorização para cortar árvores nas margens das ribeiras; com o CERVAS que veio apresentar uma outra perspectiva, mais ambiental que valoriza a vegetação que sustenta uma riquíssima vida animal em torno das ribeiras; e até da visita à exposição sobre a biodiversidade associada às linhas de água da Serra da Estrela no CISE em Seia, este grupo decidiu expressar as suas preocupações e desejos junto do autarca da freguesia. Assim, no passado dia 30, o Presidente da União de Freguesias de Aldeias e Mangualde da Serra deslocou-se ao Lar para ouvir e conversar com os idosos. O Sr. Vítor Albuquerque expressou a sua satisfação pelo contacto destes cidadãos e cidadãs e informou que se prevêem limpezas das ribeiras das Aldeias para breve. Demonstrou ainda a disponibilidade e apoio da Junta para futuras iniciativas deste grupo, nomeadamente para a já agendada Festa da Água a realizar a 23 de Maio.
O autarca deixou ainda o desafio de o grupo vir a conhecer uma nova exploração agrícola de frutos vermelhos a funcionar em Mangualde da Serra, em resposta à tristeza das/os idosas/os de verem as terras abandonadas. Esta reunião e contacto próximo, que será agora mais regular, revelou-se muito positivo e profícuo.
Para além das reuniões, há ainda a destacar todo o conhecimento e cultura que há em torno da água e que corre o risco de desaparecer com estas pessoas. Usos e costumes, canções e quadras, mitos e histórias estão assim a ser recolhidos e sistematizados e serão apresentados na Festa da Água a realizar no dia 23 de Maio, envolvendo toda a comunidade na valorização do que de melhor tem a sua terra.
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