Estiveram presentes no Fórum mais de 45 pessoas, representando cerca de 11 entidades da sociedade civil, um grupo informal de cidadãos, dois serviços públicos, cinco juntas de freguesia, o município e um órgão de comunicação social.
Depois de feita uma breve dinâmica de grupo para quebrar barreiras e promover a criação de laços positivos entre as pessoas presentes, passou-se à apresentação dos objetivos do Fórum e logo de seguida à apresentação da proposta de funcionamento. Esta proposta não suscitou comentários nem debate, tendo apenas sido expressa a preocupação da periodicidade trimestral dos Fóruns poder vir a revelar-se curta, uma vez que apenas três meses de intervalo podem ser insuficientes para os grupos de encontro desenvolverem as suas propostas e atividades. Foi ainda referida alguma dificuldade de se pronunciarem sobre a proposta de funcionamento, uma vez que esta tem de ser primeiro “testada”. Assim, referiu-se que pode vir a ser revista ou até completada com outros aspectos que se venham a revelar necessários.
Ainda neste ponto foi referida uma proposta, que já tinha sido feita no âmbito da formação inicial de líderes de grupo, do próximo Fórum, previsto para final de Setembro, se realizar em Vila Nova de Tazem. No decorrer da noite, foi também oferecido o Salão Nobre dos Bombeiros Voluntários de Gouveia para a realização desta atividade e ainda feito um desafio à Junta de Freguesia de Arcozelo para acolher um Fórum nesta localidade.
Foram, depois, apresentados pelas representantes de cada grupo de formação os resultados da dinâmica “Cidade Amiga”, frisando-se que se tratou de uma dinâmica curta (1h), não tendo havido tempo de aprofundar as ideias e propostas mas que, de qualquer maneira, considerou-se importante partilhá-las e apresentá-las no Fórum. Depois desta apresentação abriu-se espaço a todas as e os participantes para comentários e debate aberto. Depois de uns breves momentos de silêncio e hesitação, foram feitas declarações de elogio ao projeto e à forma como a parceria tem funcionado, sublinhando-se que a parceria não é apenas “um papel assinado” mas efetivamente um trabalho em colaboração. Iniciou-se então o debate com uma intervenção que chamou a atenção para as necessidades da população idosa e propondo a existência de uma Universidade Senior.
Em seguida, as intervenções debruçaram-se acima de tudo sobre dois aspetos: o mercado municipal e o espaço da Cerca, começando-se um debate em que as intervenções foram quase exclusivamente dos autarcas presentes, tendo sido referido que os aspetos considerados menos amigos já estão há muito tempo diagnosticados. Relativamente ao Mercado foi referido que, antes de qualquer intervenção, será necessário definir o que se quer daquele espaço cada vez menos frequentado pela população que prefere as grandes superfícies e que, qualquer que seja a solução, tem de garantir sustentabilidade e competitividade. Ainda relativamente ao Mercado Municipal foi referido pelo Município a dificuldade da falta de dinheiro para fazer grandes obras de recuperação dos espaços.
Relativamente ao espaço da Cerca que ocupou a maior parte do tempo das intervenções, interpretou-se como “saudosistas” as propostas saídas da formação para aquele espaço. Frisou-se a dificuldade de, hoje em dia, ali se repetirem as dinâmicas de outrora, nomeadamente pelas implicações e limitações técnicas do espaço. Assim, afirmou-se ser necessário debater o que se pretende, sendo que instituições da sociedade civil e cidadãos reafirmaram que as propostas do grupo iam no sentido de voltar a trazer vida ao espaço e mostraram-se disponíveis para colaborar no sentido de dinamizar culturalmente e revitalizar a Cerca, informando, de resto, que isto já estava a acontecer (o aniversário do Rancho acontecerá na Cerca). Referiu-se ainda a possibilidade de fazer ali um circuito de manutenção ou a colocação de equipamentos tipo cardiofitness.
Apesar de ter havido intervenções das e dos autarcas de apoio às dinâmicas de cidadania participativa e especificamente ao Fórum, em geral, as e os autarcas expressaram desilusão e frisaram a pouca participação e interesse revelado pelo população na democracia local. Neste aspeto, foram feitas propostas no sentido de descentralizar as Assembleias Municipais e as Reuniões de Câmara. Nesta altura, e sendo que a participação estava a cingir-se aos autarcas e a temas muito específicos relativamente ao poder local, houve intervenções de cidadãos no sentido deste espaço não ser tomado por o que foi entendido como disputas político-partidárias. No entanto, foi ainda dada uma informação importante por parte do Município acerca do plano estratégico de Gouveia que terá de ser definido e só desta forma se poderá ter acesso aos fundos do próximo quadro comunitário de apoio.
Uma vez que o tempo definido para o debate tinha já sido ultrapassado, encerram-se os trabalhos sendo que a equipa concluiu dizendo que este primeiro Fórum fora um pouco diferente do que se pretende no futuro, uma vez que os grupos de encontro ainda não estão em funcionamento e convidaram todas as pessoas a juntarem-se ou formarem grupos de encontro.
Em seguida, houve uma apresentação de alunas e alunos do Instituto de Gouveia a que, infelizmente, muitos participantes já não puderam assistir e um espaço informal de convívio à volta de café, chá e bolachas, onde ainda se trocavam impressões sobre como as propostas dos grupos foram entendidas como um ataque. Conclui-se que há ainda um longo caminho a fazer para abrir canais de comunicação e de aproximação entre cidadania e poder politico, como se pode verificar pelas opiniões anónimas e deixadas por escrito na caixa de sugestões.
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